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8 de novembro de 2010

Sindicato dos Metalúrgicos faz ato para lembrar morte de metalúrgicos na CSN

O Sindicato dos Metalúrgicos, junto com os movimentos sociais e a população, realizará amanhã (9), às 6h, um ato em memória aos 22 anos da greve de 1988, quando três metalúrgicos foram brutalmente assassinados pelo Exército. O ato será na Passagem Superior da CSN, na Vila Santa Cecília.

História:
Em 1988, a população de Volta Redonda presenciou uma greve que mudaria a história da cidade e das lutas pelos direitos dos trabalhadores.
Mais de 20 mil metalúrgicos da CSN cruzaram os braços pela implantação do turno de 6 horas, reposição de salários usurpados por planos econômicos e reintegração dos demitidos. Uma greve legítima!
Mas, do outro lado, os militares do Exército, com os rostos pintados para o combate, aguardavam a ordem para cumprir uma liminar de reintegração de posse e para partir para o confronto.
William Fernandes Leite, de 23 anos, foi baleado no pescoço quando observava a incursão militar do alto da aciaria, onde parte dos grevistas se refugiou. Walmir Freitas de Monteiro, de 28, teve o tórax atravessado por uma bala de fuzil quando deu de cara com os militares na saída de um refeitório. E Carlos Augusto Barroso, de 19, teve o corpo encontrado com sinais de espancamento e afundamento de crânio. Além de centenas de feridos. A cidade foi violentada e mostrou que não estava adormecida.
Foi assim que, no dia 22 de novembro, a população se mobilizou num ato simbolizando a união e deu um abraço na Usina que ficou marcado na história. A repercussão da greve resultou na eleição de Juarez Antunes, ex-presidente do sindicato e deputado federal na época, o prefeito de Volta Redonda. E foram 17 dias de greve e os direitos conquistados.
Até hoje ninguém foi responsabilizado e o general que comandou a invasão, José Luis Lopes da Silva, se tornou juiz e aposentou-se como ministro do Superior Tribunal Militar pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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