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17 de dezembro de 2009

Padastro é acusado de ter injetado agulhas num ritual de magia negra

Em depoimento à polícia na noite desta quarta-feira (16), o ex-padrasto de um menino de 2 anos confessou ter aplicado 40 agulhas no corpo na criança. Roberto Carlos Magalhães, de 30 anos, foi preso por volta das 14h no Hospital de Ibotirama, onde tinha ido pedir ajuda por conta de dores no estômago. Ele estava desaparecido desde a tarde da terça, 15, quando o caso tornou-se público.Devido a uma tentativa de linchamento, o acusado foi levado para prestar depoimento na delegacia do município, onde a família reside. Em depoimento, Roberto disse que levou o garoto por várias vezes até a casa de uma mulher, identificada apenas como Angelina, para introduzir as agulhas no corpo do enteado. Ele contou também que contava com a ajuda de duas pessoas, Angelina e outro homem, cujo nome não foi revelado. O ex-padrasto ainda contou que fazia isso porque estava interessado em Angelina e ela pedia que ele introduzisse as agulhas. A mulher também já foi detida, e presta depoimento nesse momento.O quadro do menino ainda é grave, segundo os médicos. À tarde, chegou a Barreiras um cirugião pediátrico, Fábio Conteli, que deve fazer a cirurgia de retirada das agulhas. Magia negraMaria Souza Santos, 38 anos, mãe do menino, suspeita que o filho tenha sido vítima de um ritual de magia negra. A informação é de Gessivaldo Alves, pai do menino. Segundo ele, a ex-mulher encontrou uma garrafa com cachaça e outros objetos utilizados nesse tipo de cerimônia dentro da casa onde mora. Ainda conforme Gessival, Maria teria dito que o filho começou a passar mal depois de ter saído com o ex-padrasto, que teria levado a criança à casa de uma mulher desconhecida da família. O delegado Elder Fernandes não confirma investigar esse tipo de crime. Ele trata o fato como tentativa de homicídio. O delegado já colheu alguns depoimentos.Os médicos descartam a hipótese de o garoto ter engolido as agulhas. "Eu não acho que as agulhas foram ingeridas. Acredito que foram introduzidas pela pele", diz Luiz César Soltoski, diretor do Hospital do Oeste, em Barreiras (BA).Menino com agulhas no corpo está em estado graveMédicos do Hospital do Oeste, em Barreiras (BA), analisam uma forma de retirar as mais de 40 agulhas espalhadas por todo o corpo da criança.O caso intriga a equipe médica que acompanha o caso desde o domingo (13), quando os objetos foram identificados por meio de exame raio-X. Uma das agulhas perfurou o pulmão esquerdo, comprometendo o órgão. Conforme o hospital, o menino está consciente e respira sem ajuda de aparelhos, alimentando-se por meio de sonda. A principal preocupação dos médicos é evitar que as agulhas alcancem outros órgãos vitais, como o coração. Segundo o diretor da unidade, Luiz César Soltoski, nem todas as agulhas devem ser retiradas, pelo o risco de impor mais danos à saúde do garoto. "Vamos analisar criteriosamente os riscos e benefícios de uma cirurgia. Antes, porém, é preciso esperar a recuperação do paciente", afirmou.Embora descartem a hipótese de o menino ter engolido as agulhas, os médicos dizem que não existem cicatrizes nem hematomas no corpo do menino, que chegou ao hospital vomitando e reclamando de muitas dores. A mãe, Maria Souza Santos, disse que desde a quarta-feira (9) a criança vinha reclamando de mal-estar.Ela afirma não saber o que aconteceu, mas contou à polícia que o ex-padrasto do menino tem problemas de relacionamento com a criança. Maria tem outros cinco filhos e deixa todos com a avó materna quando sai para trabalhar, inclusive o caçula. Afirma ainda estar consternada ao ver o filho "todo espetado". O caso é investigado pela polícia de Ibotirama, cidade onde a criança mora, a cerca de 200 km de Barreiras.

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