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2 de agosto de 2010

Mãe diz que bebê trocado em maternidade não se adapta

Crianças foram destrocadas após um ano, em Goiânia.Famílias decidiram morar em casas próximas para facilitar adaptação.

Crianças foram destrocadas após um ano, em Goiânia.Famílias decidiram morar em casas próximas para facilitar adaptação.
Dois meses depois de terem as famílias biológicas identificadas, bebês trocados em uma maternidade em Goiânia tentam se adaptar à nova rotina. No parto de Elaine de Oliveira Pires nasceu Lucas Daniel, mas, por causa de um erro no berçário o bebê foi entregue a Queila. Já Davidson Samuel, o bebê de Queila dos Santos Fagundes, foi parar nos braços de Elaine. Para que a destroca, que ocorreu quando as crianças já tinham 1 ano, fosse menos traumática, as mães ganharam casas próximas e se tornaram vizinhas, em Nerópolis (GO). A adaptação, no entanto, está sendo mais difícil para uma das crianças. "Você tem um filho e fica dividida. Tem uma criança que veio para você, um amor, e tem seu filho, que você olha, reconhece os traços. O outro lhe aceita, dá amor, carinho. Seu filho se fecha. Agora só Deus mesmo para me ajudar, porque eu estou sem força. É muito difícil porque a partir do momento em que ela quer o filho dela, eu não posso segurar ele aqui. Mas também não posso trazer meu pequeno, porque ele não vem. Tem dia que eu durmo sem nenhum", diz Queila. Elaine conta que o filho de Queila vai para a casa da mãe apenas de passagem. "O Daniel já consegue. Mas o Samuel não consegue ficar longe de mim ainda", afirma. Para a psicóloga Flávia Carlos Santos, o período de adaptação é necessário. "É claro que vai haver um processo de rejeição inicial, mas essas mães vão ter que conquistar os seus filhos biológicos", diz. Mesmo fragilizada com a rejeição, Queila ainda resiste em procurar uma terapia. "Pretendo voltar para Goiânia, ou passar alguns dias com ele fora daqui e deixar ele chorar. Deixar ele focar em mim", diz Queila.

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